Realizou-se entre os dias 6 e 8 de maio, no Mosteiro de Ancede, o evento cultural aDouro.
Esta iniciativa de caráter experimental serviu para ter uma primeira perspetiva das potencialidades do espaço, assim como de mostrar aos baionenses e a quem nos visitou, a evolução das obras de requalificação que estão a decorrer neste monumento baionense de referência.
Com a obra do grande realizador Manoel de Oliveira como fio condutor, nomeadamente a sua ligação ao Douro e a Baião, foram diversos os momentos culturais ao longo dos três dias.
Desde o folclore tradicional, às concertinas e grupos de bombos, passando pelo Jazz e pela Banda Marcial de Ancede, tratou-se de um evento eclético, onde o cinema e música se cruzaram com a gastronomia e o artesanato.
MOSTEIRO SERÁ ESPAÇO DE REFERÊNCIA CULTURAL
Paulo Pereira, Presidente da Câmara Municipal de Baião, referiu tratar-se de “uma primeira iniciativa para percebermos como pode vir a funcionar todo este espaço, nomeadamente em termos cénicos e ao nível do som, e a ideia com que ficamos é que correu muito bem. Por outro lado, só poderia ser um evento desta dimensão para funcionar como arranque para todo o potencial que aqui temos.
O Mosteiro vai ser um centro cultural de referência na região, com uma componente museográfica muito forte, não sendo um espaço voltado exclusivamente para Baião, mas sim para a região e para o país. Pretendemos, no futuro, proporcionar exposições de pintura, escultura e fotografia de artistas de referência, teatro, cinema, recriações e encenações históricas, enfim, todo um repertório de prestígio que colocará Baião no roteiro artístico da região. Não esquecemos a componente educativa virada para as escolas, mas também para o público em geral. Ou o projeto científico que contará com a colaboração das universidades e investigadores multidisciplinares de referência.
Nos próximos meses terá lugar a inauguração e podem contar com a realização de novos eventos.
De referir que há ainda muito trabalho a fazer para que o Mosteiro esteja a funcionar na sua plenitude. Temos atualmente em curso obras na igreja e no adro e estamos a preparar candidaturas para os celeiros, parque e cercas, entre outros. Na sua forma máxima, o projeto terá todos os espaços com programação museográfica e cultural. Por exemplo, será possível ir ver uma exposição de escultura não só no interior de uma sala como também no espaço da quinta.
No que diz respeito a este fim-de-semana, dou os parabéns à empresa que organizou e idealizou este projeto e, obviamente às entidades que apoiaram, nomeadamente o Turismo de Portugal, Turismo do Porto e Norte de Portugal, o INATEL e a Cooperativa Dolmen”.
Pedro Mendes, responsável da organização do aDouro, mostrou-se “satisfeito com o balanço desta iniciativa. Foi um evento diferenciador, num espaço que está fantástico e que, apesar de não estar terminado, já se nota que vai ser naturalmente um lugar emblemático que vai acrescentar um valor imenso a esta região.
Destaco ainda a excelente tertúlia onde ouvimos as histórias de Manoel Oliveira e a etnografia pura e dura de Baião e da região do Douro, tão bem representada através dos diversos grupos etnográficos que aqui atuaram.
Acho que foi uma aposta que permitiu dinamizar e promover Baião e o Douro de uma forma diferente e que espero se possa repetir”.