No dia 16 de julho, realizou-se nos Paços do Concelho, em Baião, uma reunião de trabalho para se fazer um ponto da situação relativo ao projeto de eletrificação da Linha do Douro entre o Marco de Canaveses e a Régua.
Estiveram presentes o Presidente da Câmara Municipal de Baião, Paulo Pereira, os Presidentes de Câmara de Mesão Frio e Resende, respetivamente Alberto Pereira e Manuel Garcês Trindade, os vereadores da Câmara Municipal de Baião José Lima e Henrique Ribeiro.
A infraestruturas de Portugal esteve representada pelos técnicos Nuno Marques, Cândida Castro e Valter Almeida.
OBRA DE REFERÊNCIA PARA TODA A REGIÃO
Esta obra estruturante, há muito ansiada para a nossa região, chegou a ser apresentada em 2018, no entanto devido a imprevistos da responsabilidade do consórcio que venceu o concurso para a elaboração do projeto, acabou por ser adiada. A previsão dos responsáveis da Infraestruturas de Portugal é que o concurso seja lançado ainda este ano e que a obra se inicie no segundo semestre de 2022, estando concluída entre o final de 2023 e o início de 2024.
Neste momento, o projeto encontra-se em apreciação pela Agência Portuguesa do Ambiente em termos de estudo de impacte ambiental.
TRABALHOS AVANÇAM
Existem trabalhos de construção que podem avançar sem que exista ainda declaração de impacto ambiental, como o rebaixamento e reforço dos túneis. Estas obras são de grande importância uma vez que sem rebaixar o leito dos túneis não é possível instalar os cabos de alta tensão no topo.
MELHOR QUALIDADE DE VIDA PARA AS POPULAÇÕES
Durante a reunião o Presidente da Câmara Municipal de Baião, Paulo Pereira destacou “a importância desta obra, naquilo que significa em termos de melhoria de mobilidade, conforto e segurança para as nossas populações”. Evidenciou ainda os ganhos turísticos porque “vai facilitar a chegada de pessoas ao nosso território. Não apenas a Baião, mas também a Cinfães, Mesão Frio e Resende.”
Paulo Pereira mostrou-se agradado com o facto de apesar de terem existido atrasos no lançamento da obra, está previsto o arranque de alguns trabalhos já este ano, prevendo-se o início da empreitada de eletrificação em meados de 2022.
Para terminar, o Presidente da Câmara Municipal de Baião fez questão de destacar o consenso existente entre os municípios: “todos estamos expectantes que esta obra fique rapidamente à disposição das pessoas e do desenvolvimento do território”.
Garcês Trindade, Presidente da Câmara Municipal de Resende, manifestou-se “contente por as coisas estarem a caminhar no sentido do progresso” e que, apesar de “pertencermos ao Distrito de Viseu, temos uma forte ligação com o Porto e pertencemos, inclusivamente, à Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa”, esperando que “com esta ligação ferroviária, possamos trazer mais pessoas do Porto para cá”. O autarca de Resende terminou deixando ainda um apelo aos representantes da Infraestruturas de Portugal: “Não se esqueçam de nós, porque bem precisamos e merecemos”.
Alberto Pereira, Presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio, referiu que “saber que esta obra se vai realizar, ainda por cima sendo este o meu último mandato, é algo que me deixa muito feliz”, uma vez que “quando fui eleito em 2009 não havia sequer um único comboio que parasse em qualquer uma das nossas estações.” O edil de Mesão Frio aproveitou ainda para agradecer “o papel deste governo na recuperação da ferrovia, porque ou apostamos nas infraestruturas de mobilidade ou estamos perdidos.”
TRABALHOS PREVISTOS
O troço ferroviário entre Marco de Canaveses e Régua tem cerca de 45 Km e é composto por seis estações, sete apeadeiros e seis túneis, dos quais o maior é o do Juncal com 1690 metros.
Para além da eletrificação do percurso e da adaptação e desnivelamento dos túneis, o projeto prevê a modernização e uniformização dos comprimentos e alturas das plataformas de embarque de modo a proporcionar uma melhor acessibilidade a pessoas de mobilidade condicionada.
Prevê-se ainda a modernização da via e da plataforma ferroviária na zona das estações, a instalação de sinalização eletrónica e um sistema de controlo automático de velocidade, a instalação de sistemas de videovigilância e a instalação de mobiliário urbano e iluminação.
Os edifícios das estações serão também reabilitados mantendo a traça original.
Numa perspetiva de valorização turística, todo os elementos inerentes à eletrificação da linha serão colocados no lado oposto ao rio, para que não obstruam a vista da paisagem, de modo a potenciar a experiência turística. Os abrigos de espera serão também em vidro para o mesmo efeito.
Com esta reconversão, a Linha do Douro passará a ser uma referência entre as vias ferroviárias turísticas europeias.
Estas obras provocarão constrangimentos na circulação ferroviária, como a interrupção de circulação, que serão acautelados e comunicados em devido tempo.