Centenas de cabeças de gado de raça arouquesa costumam ser esperadas, todos os anos, na Feira Franca em Baião, por ocasião das Festas Concelhias e de São Bartolomeu, ou não fosse a Feira de Gado Bovino um dos pontos mais característicos das Festas. Este ano, por força da situação epidemiológica que o país vive, as tradicionais festas foram suspensas e ficou assim adiado o momento em que a Câmara Municipal entregava um prémio monetário aos produtores desta raça por cada cabeça de gado nascida no concelho no ano anterior.
Os prémios começaram agora a ser entregues aos produtores, num total de 41, provenientes de diversas freguesias do concelho. Foram entregues 15.900 euros, correspondentes a 159 animais da raça nascidos em 2019.
Este apoio consiste na atribuição de um prémio (uma vez por animal), no valor de 100 euros, aos bovinos, com 6 ou mais meses de idade, até ao limite de 18 meses de idade, desde que o animal tenha nascido e sido criado no concelho de Baião; seja proveniente de uma exploração registada no Sistema Nacional de Identificação e Registo de Animais (SNIRA) e o proprietário tenha a sua situação regularizada
A medida, que já existe desde 2010 e que foi implementa pelo executivo socialista, visa valorizar o renascimento da tradição da criação desta raça autóctone e promover a defesa de um património genético assim como sensibilizar os criadores para a importância do cumprimento das regras de saúde pública e saúde animal, não esquecendo o bem-estar dos animais e das boas condições agrícolas e ambientais.
Dizem os especialistas que a carne arouquesa é das melhores e das mais raras do mercado. A atual produção desta carne – consagrada com a Denominação de Origem Protegida desde 1994 – é insuficiente face à procura.
José Lima, vereador da Câmara Municipal de Baião que tutela o pelouro dos Assuntos Económicos, reconhece as dificuldades diárias dos produtores “sendo notória insustentabilidade financeira de muitas explorações pecuárias familiares, que tende ao seu desaparecimento, devido ao agravamento dos preços dos fatores de produção, da energia e dos combustíveis e pela necessidade de regularmente terem de suportar os encargos com ações de profilaxia médica animal, indispensáveis para assegurarem a saúde animal, e, por esta via, também, a saúde pública”, ressalta, lembrando que a Câmara Municipal o que faz é dar “um pequeno contributo que estimule o setor tentando ajudar os mais velhos e puxando os mais jovens”.
Fernando Moreira, presidente da Associação Nacional de Criadores de Raça Arouquesa (ANCRA), entidade que presta apoio aos produtores locais, salienta a importância destas medidas “que promovem a manutenção da criação, o seu desenvolvimento e ajudam a fixar pessoas nas aldeias”, diz.
Recorde-se que a Câmara Municipal de Baião também atribui um subsídio por animal, aos produtores de ovinos e caprinos nascidos e criados no concelho de Baião.