Paulo Pereira referiu: “A introdução de descontos em mais troços da Autoestrada A4 pode ser determinante para a atratividade e para a competitividade da nossa região. E isso pode fazer a diferença para ajudar à fixação dos nossos cidadãos e para fazer com que mais pessoas de fora queiram escolher Baião para viver e trabalhar”.
O autarca sensibilizou também a Ministra Ana Abrunhosa para a importância da concretização da ligação rodoviária entre Baião e a Ponte da Ermida. “Esta pode ser uma obra fundamental para remover obstáculos ao desenvolvimento da região e para atrair mais investimento para o nosso seio”.
Paulo Pereira mostrou o seu contentamento com a Ministra e os Secretários de Estado do Ministério da Coesão Territorial: “São conhecedores da realidade dos territórios, vêm da academia e das autarquias. Estou confiante de que várias das políticas públicas que já saíram do papel vão trazer os resultados práticos de que precisamos, na criação de emprego e no investimento”.
O autarca baionense lembrou ainda que as políticas têm que ser definidas para atrair pessoas para o interior, mas também devem procurar fixar os cidadãos nos territórios. “Não podemos cair no erro de esquecer os que cá estão, sob pena de atrairmos pessoas para viver no interior mas depois ter os cidadãos dos nossos concelhos a procurar emprego noutras paragens”, acrescentou.
E reforçou: “Entendo que somos merecedores de medidas como os descontos nas portagens da A4 e da construção da ligação Baião – Ponte da Ermida, porque estas colocam precisamente em prática o princípio da coesão social e territorial”.
CRIAR EMPREGO E OPORTUNIDADES NO INTERIOR
Na sua intervenção a ministra Ana Abrunhosa referiu que a promoção do desenvolvimento territorial “é um processo muito exigente, que obriga à concertação de muitos agentes dos territórios e à criação de confiança entre os mesmos”.
Entidades de cariz regional e supramunicipal, como as comissões de coordenação regional e as comunidades intermunicipais, podem impulsionar estes processos que devem, de preferência, partir dos agentes dos territórios e da colaboração entre estes. “As entidades de base regional e local percebem melhor as suas potencialidades e os caminhos que o desenvolvimento pode conhecer”, notou a governante.
“Olhar para o território nacional exige que se conheça bem o país. Que se ouça a vontade das pessoas, as suas preocupações, que se debatam medidas para que, juntos, encontremos as melhores soluções”, notou a responsável política.
Ana Abrunhosa versou sobre as medidas de apoio à criação de emprego e de promoção do investimento no interior, nomeadamente os programas “Trabalhar no Interior” e “+Coeso”.
E referiu que estas políticas abrangem também as áreas social e não apenas projetos de cariz eminentemente produtivo ou de cariz económico.
A responsável política referiu ainda que é muito importante criar projetos diferenciadores e baseados nos territórios, porque estes podem constituir “âncoras” para a fixação de pessoas e para a criação de riqueza. A ruralidade deve estar também associada a espaços urbanos, mesmo à escala concelhia, porque estes são complementares e promotores da qualidade de vida. A responsável governativa disse ainda que o aumento da sofisticação das empresas é muito importante para a criação de mais oportunidades de emprego bem remuneradas e capazes de fixar cidadãos qualificados nos territórios.
CICLO DE CONFERÊNCIAS
O presidente da Assembleia Municipal de Baião, José Luís Carneiro, explicou que esta sessão seguiu-se a outra já realizada com o responsável da OCDE Jorge Moreira da Silva. O objetivo das sessões “é refletir sobre o significado do desenvolvimento e como é que, à luz, das políticas públicas, se podem remover os obstáculos à sua concretização”.
José Luís Carneiro elencou os grandes desafios da sociedade contemporânea – o desafio da demografia, das alterações climáticas, da transição para a sociedade digital e a luta contra as desigualdades sociais, económicas e territoriais. “Desejamos as maiores felicidades à senhora ministra. E felicitamos o governo pelas decisões já adotadas de apoio ao investimento, à mobilidade e ao emprego adotadas e em aplicação. Esta região também é beneficiaria deste vasto conjunto de apoios”, observou.
Interveio também o professor universitário e geógrafo José Alberto Rio Fernandes, para quem os indicadores que medem o sucesso das políticas públicas devem estar associados ao modo em que estas contribuem para a melhoria das condições de vida dos cidadãos.
O geógrafo disse ainda que a inovação é importante para o desenvolvimento dos territórios, não apenas na dimensão económica mas também social e cultural. A capacidade de liderança, associada à capacidade de promoção do mérito, são também fundamentais na definição de bons projetos de investimento, tal como a cooperação entre agentes públicos e privados.
DEBATE PARTICIPADO
A sessão teve lugar num salão nobre bem composto de público. Participaram na sessão presidentes de câmara da região, membros da vereação e deputados municipais, autarcas de freguesia, responsáveis de entidades associativas e de desenvolvimento regional e local e investigadores, entre outros cidadãos.
As várias intervenções realizadas tocaram pontos como a necessidade de melhorar as acessibilidades e infraestruturas da região do Tâmega e Sousa; a necessidade de melhorar a eficiência da gestão empresarial e das organizações; a importância de se encontrarem sistemas de acesso a fundos comunitários menos burocráticos e mais ágeis; e também a importância de um olhar atento às necessidades dos territórios rurais e de baixa densidade, que abrangem cerca de dois terços do território nacional e nos quais vive aproximadamente 20 por cento da população portuguesa.