A Câmara Municipal de Baião promoveu uma sessão de encerramento das comemorações dos 40 anos de vida literária do escritor baionense António Mota numa cerimónia repleta de emoções que decorreu este sábado à noite, 30 de novembro, no Auditório Municipal de Baião.
O Auditório Municipal encheu com muitos amigos, admiradores, leitores e familiares do escritor que não quiserem perder a oportunidade de o parabenizar pessoalmente por uma carreira longa, carregada de sucesso.
Recorde-se que em março deste ano a Câmara Municipal de Baião atribui-lhe a Medalha de Mérito Cultural numa cerimónia igualmente emotiva que distinguiu o “seu papel preponderante na promoção da cultura e da literatura portuguesa, ao longo dos seus 40 anos de carreira”.
Estes dois reconhecimentos por parte do Município de Baião num ano especial para o escritor somam-se a uma lista impressionante de prémios e distinções. O escritor é um dos autores mais premiados da literatura infantojuvenil portuguesa. Recebeu, entre outros, o Prémio da Associação Portuguesa de Escritores em 1983, o Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens em 1990, o Prémio António Botto em 1996 e o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens, categoria «Livro Ilustrado», em 2004. Foi, também, agraciado pela Presidência da República com a Ordem da Instrução Pública.
A cerimónia contou com testemunhos de muitos amigos escritores, de estudiosos da obra, da família e de ex alunos. Não faltou música, teatro e uma decoração especial. Ao longo da cerimónia foi exibido, ainda, pela primeira vez, um vídeo inédito, a partir de um texto do escritor, de nome “A minha terra” que é simultaneamente uma homenagem à infância de António Mota mas também um postal ilustrado de Baião, cuja construção prendeu e emocionou o público.
Paulo Pereira, autarca baionense, parabenizou o escritor, agradecendo-lhe por “levar o nome de Baião além-fronteiras nos últimos 40 anos”. Anabela Cardoso, vereadora que tutela o pelouro da Cultura, também endereçou os parabéns ao escritor, enaltecendo o contributo que este tem dado à Cultura ao longo dos anos, e agradeceu a todos quantos tornaram a cerimónia possível. José Luís Carneiro, presidente da Assembleia Municipal de Baião destacou “a resiliência de quem vê em Baião uma oportunidade para crescer, como fez o escritor, orgulhando-se, depois, das suas raízes”
No final, António Mota confessava-se “embevecido e muito emocionado por tanto carinho recebido”. O escritor, que tem levado o nome de Baião pelo país e pelo mundo ao longo destes últimos 40 anos, agradeceu ao público presente garantindo que nunca omitiu as suas “origens, nem o nome de Baião”, nem modificou o “sotaque. Porque tudo faz parte de mim, do que fiz e do que sou”, garantiu. “A minha casa é uma casa de palavras, onde cabe toda a gente, onde cabem vocês todos”, disse, emocionado.
A cerimónia foi produzida pela Câmara Municipal de Baião, conduzida por Vítor Pinto e abrilhantada pelos baionenses Barro Negro, que apresentaram ao escritor um tema musical inédito a partir do seu poema “Pinhão”; Anaísa Silva, a jovem baionense que arriscou cantar “A Fonte” e os Os Viajantes no Tempo, que levaram o público a rir à gargalhada.