A escritora Djaimilia Pereira de Almeida é a vencedora do Prémio Literário Fundação Eça de Queiroz de 2019 com a obra Luanda Lisboa Paraíso. O júri, constituído por Bruno Vieira Amaral, Isabel Lucas, Luísa Mellid-Franco, Manuel Pereira Cardoso e Maria Helena Santana, reunido esta terça-feira em Lisboa, decidiu por unanimidade contemplar o romance por este desenhar «a solidão das personagens de forma magistral, numa contenção poética em que se estabelece o equilíbrio entre a esperança e o desespero». Entre os finalistas encontravam-se David Machado, Hugo Mezena, Kalaf Epalanga e Maria Isaac.
O galardão, no valor de 10.000 euros, foi instituído em 2014 pela Fundação Eça de Queiroz em colaboração com a Câmara Municipal de Baião a fim de promover e incentivar a produção de obras literárias em língua portuguesa, bem como homenagear Eça de Queiroz, um dos maiores vultos nacionais e internacionais da literatura e cultura portuguesas. Nas edições anteriores contemplou narrativas ficcionais inéditas e obras de carácter ensaístico já publicadas. A partir desta edição, passa a distinguir bienalmente uma obra ficcional (romance ou novela) escrita em língua portuguesa e publicada em Portugal por autor nacional com idade não superior a 40 anos à data da publicação.
A entrega do prémio terá lugar no dia 14 de Setembro na sede da Fundação Eça de Queiroz, em Tormes, na casa que inspirou o autor de A Cidade e as Serras.
DECLARAÇÃO COMPLETA DO JÚRI
«Luanda Lisboa Paraíso é a história de Cartola e Aquiles, pai e filho, chegados a Portugal de Angola para uma operação ao calcanhar. A obra desenha a solidão das personagens de forma magistral, numa contenção poética em que se estabelece o equilíbrio entre a esperança e o desespero. Através de um pathos irónico e trabalho aturado da linguagem, a autora resiste sempre ao óbvio e domina a narrativa do princípio ao fim.» Lisboa, 27 de Agosto de 2019, o Júri do Prémio Literário Fundação Eça de Queiroz
SOBRE A VENCEDORA
Djaimilia Pereira de Almeida (1982) é autora de Esse Cabelo (Teorema, 2015), Ajudar a Cair (FFMS, 2017) e Luanda Lisboa Paraíso (Companhia das Letras, 2018). Publicou em Granta, Revista Serrote, Commom Knowledge, Quatro cinco um, Words Without Borders e Revista Zum, entre outras. Em 2018, ganhou o Prémio Fundação Inês de Castro. Nascida em Angola, vive nos subúrbios de Lisboa e escreve no blogue da Companhia das Letras.
SOBRE A FUNDAÇÃO EÇA DE QUEIROZ
Fonte de inspiração para o romance A Cidade e as Serras, a Casa de Tormes, hoje sede da Fundação Eça de Queiroz, possui uma forte componente museológica, preservando o espólio do escritor e mantendo vivo o cenário que Eça conheceu e deu a conhecer através desta sua última obra. A actividade da Fundação Eça de Queiroz centra-se nas componentes Cultural, Educativa, Agrícola e Turística, constituindo-se como uma entidade dinamizadora da freguesia de Santa Cruz do Douro e do Concelho de Baião. Tormes é um lugar mítico, designação literária que Eça de Queiroz deu a esta casa e quinta (herdadas com o nome de Quinta de Vila Nova) e pelas quais se apaixonou.
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