No meio de uma dezena de jornalistas, ao som dos Bombos, magistralmente tocados pelos trabalhadores da Câmara Municipal de Baião, o executivo municipal inaugurou a 14ª edição da Feira do Fumeiro, do Cozido à Portuguesa e dos Vinhos de Baião. Junto ao executivo baionense, uma comitiva de franceses. Trata-se do executivo de Cormeilles in Parisis, a vila francesa com que o município de Baião se geminou em 2018, que fez questão de vir a Baião testemunhar o sucesso do certame.
O momento era de alegria e de confraternização. Enviados os desejos de sucesso a todos os produtores, do brinde feito e da promessa do S. Pedro ajudar à festa, a Feira do Fumeiro, do Cozido à Portuguesa e dos Vinhos de Baião abriu as portas com a garantia de que a qualidade, que lhe é reconhecida, continua a ser um dos pontos fortes dos produtos expostos nos mais de 40 stands espalhados por todo o recinto.
Não falta fumeiro, vinhos da casta Avesso, com mais de 35 variedades à disposição do público, doçaria regional – incluindo o apreciado Biscoito da Teixeira -, citrinos da Pala, broa de milho cozida no local, compotas, licores, chocolates, queijos, amêndoas ou frutos silvestres. 3 restaurantes servem o famoso Cozido à Portuguesa e/ou o Arroz de grelos com moira, cujo paladar derrete os comensais.
A tenda aquecida, com 450 lugares sentados, lotou minutos depois das portas abrirem. No dia seguinte, sábado, à hora de almoço, a proeza repetiu-se. A animação ajuda à festa e os elogios multiplicaram-se.
Ao som do Grupo de Concertinas e Bombos de Santiago de Queimada e, mais tarde, da Banda Marcial de Ancede, que apresentou no certame um reportório moderno, encontramos Maria Rosa e Martinho Ferreira, um simpático casal de Ovar que ouviu falar da Feira no Programa da Cristina, na SIC. “Foi tão divertido o momento com a Cristina que decidimos pegar na nossa caravana e vir até Baião. Vamos ficar por aqui esta noite. Estamos a adorar”, confidenciam-nos. Os septuagenários pediram Cozido à Portuguesa e revelaram-se “sem palavras” quando lhes perguntamos se gostaram. “O sabor dos enchidos é incrível”, disse Rosa. “Que paladar, que paladar”, murmurava Martinho.
Mais adiante um grupo de amigos fazia a festa. Vieram do Porto, por sugestão de um portuense que ouvira falar de Baião em tempos. Meteram-se ao caminho e quiseram ser dos primeiros a comprovar o que há muito ouvem falar: “que Baião recebe muito bem as pessoas”. O grupo de amigos comeu Cozido à Portuguesa e em uníssono confessaram-nos que “estava uma delícia”.
A rondar os stand’s do fumeiro encontramos Morgado Silva, funcionário público que exerce funções na Câmara Municipal de Valongo e que tem simpatia pela região por ter nascido em Mesão Frio. O visitante veio para comprar alheiras e moiras e mostrou-se com muita dificuldade em escolher o local onde fazer a sua compra porque “todos os stand’s têm bom aspeto”. Soube da feira há cerca de 15 dias quando, com a família, veio almoçar a um restaurante em Baião, na mítica Aldeia de Mafômedes, e foi informado do certame que apontou imediatamente “na agenda”. Não falhou.
Impressionado com o comprimento dos salpicões expostos num dos stand’s da feira encontramos António Ramalho que veio da Maia e não resistiu a um salpicão de 2 kilos que, garante, “lhe vai saber pela vida”. A broa de milho caseira, que “acompanha na perfeição com o fumeiro” vai comprá-la mais tarde, quando for embora “para a poder ir a comer durante a viagem, ainda quentinha”.
No setor dos vinhos não faltam apreciadores, provas e compras. Joaquim Gomes leva duas caixas de vinho maduro para Marco de Canaveses. “Sei que Baião é a terra dos vinhos verdes mas este maduro que se faz aqui tira-me do sério. Só bebo vinho de Baião. Sou aqui vizinho e tenho muito carinho por esta terra”, conta.
Com outra adrenalina, própria de quem gosta de velocidade, apercebemo-nos de uma mesa apetrechada com capacetes e roupa de motociclismo. Comem, felizes, 15 “Amigos da Velocidade” que se deslocaram de moto de Abragão, Penafiel, até ao certame baionense porque “ouviram falar muito bem”. Os 15 amigos fizeram um passeio por algumas das paisagens míticas baionenses onde incluíram o Rio e a Serra e, na paragem para o almoço, foi a posta assada acompanhada com batata a murro que lhes despertou a atenção.
São muitos os turistas que se deslocaram à tenda da feira nas primeiras horas do certame. Vêm de vários pontos do país, mas também do estrangeiro. Alguns, em visita pelo Porto, alugaram um carro e vieram a Baião propositadamente. São raros os turistas estrangeiros que não mencionam o facto de estarem num concelho “muito verde”, o que os agrada. A prova dos produtos baionenses é o match point final. Os visitantes têm saído “rendidos”.
No sábado repetiu-se o feito de sexta feira, ainda com mais intensidade. O executivo municipal recebeu João Pedro Matos Fernandes, Ministro do Ambiente e da Transição Energética – que nos confidenciou à chegada conhecer bem o concelho de Baião; adorar, desde criança, o doce da Teixeira; e não resistir a um bom cozido à portuguesa- , e os Arribamonte e as Escolas de Dança Liliana Castro e Byondance animaram a multidão durante a manhã e a tarde. À noite, a atuação de Cláudia Martins e dos Minhotos Marotos, levou a tenda ao rubro. Às 24h ainda o público dançava e cantava animado enquanto outros aproveitavam para cear.
No domingo, outra enchente. O Grupo de Concertinas Joaquim Nogueira atuou às 12h e, no fim de almoço, os Ranchos Folclóricos de Baião, Valadares e Santa Cruz do Douro proporcionaram um bom momento aos amantes do Folclore.
No último dia do certame atuaram vários outros artistas e o público pode assistir, ao vivo, ao sorteio do “Compre em Baião”, uma iniciativa da Associação Empresarial de Baião que também tinha a decorrer junto à tenda do Fumeiro mais uma edição da Feira Stock Off, com a presença de diversas empresas baionenses. Esta iniciativa contou com o apoio da Câmara Municipal de Baião.