Depois de reunir com os deputados da Assembleia da República do PS, PSD e CDS-PP eleitos pelos Círculos do Porto, foi a vez de Paulo Pereira pedir uma reunião de trabalho aos deputados do PCP. A ligação de Baião à Ponte da Ermida continua a motivar a luta do autarca que não desiste até ver a obra incluída no Plano Nacional de Investimentos (PNI 2020/2030), uma vez que a infraestrutura “lá não consta, por enquanto, e não se encontra justificação para tal”, diz Paulo Pereira.
Para fortalecer a luta, o edil baionense quer encontrar-se, também, com os deputados do Bloco de Esquerda, a quem já enviou uma solicitação, encontrando-se a aguardar. Um pedido de audiência foi enviado, igualmente, ao novo Ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos.
A “inglória” história da ligação de Baião à Ponte da Ermida começou a escrever-se há 30 anos e no seu histórico conta com uma “sucessão inacreditável” de 27 projetos e muitas promessas falhadas.
Esta sucessão de avanços e recuos consolidou na população da região uma ideia de descrença que, segundo Paulo Pereira, será difícil de reverter. “A população precisa de ver para querer”. De acordo com o autarca, “começa a ser muito difícil até para os políticos locais saber o que dizer às populações para quem esta obra é determinante a vários níveis. Vejamos: um percurso de 29 minutos será encurtado para 11, uma redução muito substancial quando falamos numa região com condições orográficas muito particulares”.
Foi com o intuito de sensibilizar os deputados para esta problemática e dar-lhes a conhecer o histórico da obra que, na reunião de trabalho que o autarca teve esta segunda feira, 4 de março, com o PCP do Porto, onde esteve presente o deputado da Assembleia da Republica, Jorge Machado – que se fez acompanhar por Cláudia Santos e Armando Mesquita da Direção Regional do PCP do Porto, bem como Manuel Vilas Boas, da Concelhia de Baião do PCP – se lembrou a importância estratégica e estruturante que a nova acessibilidade traria a Baião e a municípios como Resende, Mesão Frio ou Régua, nomeadamente no que ao “acolhimento empresarial e eventual instalação de novas empresas diz respeito, em aspetos relacionados com a dinamização turística e económica, com efeitos na criação de emprego e fixação da população, para além do aumento da segurança na circulação”.
Jorge Machado partilha das preocupações do autarca baionense fazendo questão de sublinhar que não acredita que tudo o que está escrito no PNI seja executado, o que lamentou, ao mesmo tempo que deixou a nota de que nos últimos anos vem defendendo a regionalização, o que “nesta matéria em particular, a sua implantação em condições, poderia trazer boas notícias”. Não sendo possível tal, o deputado comprometeu-se “a questionar o governo por escrito o mais breve quanto possível sobre o assunto” ao mesmo tempo que o pressionará a “aflorar a questão em agenda, quanto mais não seja a colocá-lo em debate”.
Cláudia Santos pretende reunir com a Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa onde pensa ir buscar “apoio de peso para fortalecer a luta” e Manuel Vilas Boas colocou-se ao lado de Paulo Pereira para a “partir de Baião, ajudar a elevar a voz do povo porque todos queremos desenvolver o concelho”.
A variante em questão terá uma extensão de 13 quilómetros e custará 26 milhões de euros. Vai permitir requalificar uma parte da EN 108 e construir um troço de raiz. É esperada há 30 anos. Paulo Pereira promete continuar a lutar.