A ligação de Baião à Ponte da Ermida esteve em debate, na última segunda feira, 11 de fevereiro, numa reunião de trabalho entre Paulo Pereira, presidente da Câmara Municipal de Baião, a estrutura concelhia do PSD, e os deputados do PSD eleitos pelo Círculo do Porto. O encontro, que aconteceu a pedido do autarca baionense, teve lugar no edifício dos Paços do Concelho.
A ligação de Baião à Ponte da Ermida é reivindicada há anos pelos autarcas e pela população e não foi incluída, para já, no Plano Nacional de Investimentos (PNI 2020/2030). Nessa sequência, a autarquia baionense convidou todas as estruturas partidárias distritais com representação parlamentar para sessões de trabalho.
Recorde-se que o autarca já havia reunido com os deputados do Partido Socialista, eleitos pelos círculos do Porto e de Viseu, há 3 semanas, em Santa Marinha do Zêzere, sendo que agora foi a vez de ouvir e trocar impressões com os deputados que representam o principal partido da oposição. O mesmo se espera que venha a acontecer com outras forças partidárias para reuniões com o mesmo fim.
Paulo Pereira intensificou a luta, depois de ter percebido que o Governo ignorou a obra no PNI, apesar da ligação estar prometida há mais de três décadas. Para o autarca, que não se conforma, a situação é “completamente incompreensível”.
Incompreensível foi a palavra de ordem também admitida pelos Deputados do PSD presentes. Tanto o autarca socialista como os deputados do partido da oposição concordaram que a luta por esta obra tem carácter suprapartidário porque interessa a todos os munícipes, independentemente da sua filiação política. Paulo Pereira sensibilizou-os para o impacto e importância que a conclusão da obra terá na região, tanto do ponto de vista económico como social, recordando-lhes a infortunada história de promessas falhadas, avanços e recuos, que já ultrapassa as três décadas.
O líder da distrital do Porto, Alberto Machado, colocou-se ao lado do autarca baionense e, apesar de se mostrar desacreditado quanto ao cumprimento do, até este momento, estipulado no PNI, afirmou compreender a reivindicação da Câmara de Baião e prometeu colocar o assunto em cima da mesa junto do Governo. Alberto Machado diz que “a reivindicação é justa” e garantiu que “ninguém tem dúvidas quanto à importância da Ligação para o desenvolvimento de toda a região”. Machado lembra-se, inclusivamente, de ouvir falar desta ligação nunca concretizada, desde que era criança, o que lamentou profundamente.
Da mesma opinião corroborou Maria Germana Rocha, coordenadora dos Deputados do PSD eleitos pelo Círculo eleitoral do Porto, garantindo que vai fazer desta obra “uma causa do distrito”.
Miguel Dinis Correia, presidente da estrutura concelhia do PSD, concorda em absoluto quanto à necessidade de ver a obra a arrancar e assegurou que vai lutar junto de Paulo Pereira, a partir de Baião, para que o projeto se concretize, até porque “este é um assunto que ultrapassa qualquer questão partidária”. Dinis Correia garante que “todos estarão a remar para o mesmo lado porque está em causa o interesse dos baionenses”.
No final da reunião de trabalho, o autarca quis levar os deputados ao lugar do Ingilde, onde de lá se tem uma vista privilegiada por um dos locais de passagem da obra. Acompanhado por técnicos de autarquia, com o respetivo dossiê em punho, Paulo Pereira explicou que a variante hoje reclamada teria uma extensão de 13 quilómetros. A primeira fase, entre Baião e a EN 108, na zona de Santa Cruz do Douro, seria uma construção de raiz, com cerca de sete quilómetros. A segunda fase, até às proximidades da ponte da Ermida, teria 6 quilómetros e implicaria uma requalificação do atual troço da EN 108. O conjunto das duas fases da obra representaria um investimento de cerca de 26 milhões de euros, valor muito “barato se o compararmos com as obras listadas no PNI”. O autarca reforçou a ideia de que “nada tem contra as Grandes Obras previstas no Plano, desde que os governantes não se esqueçam de que o país não são só os grandes centros. O adiamento da obra tem revelado uma brutal falta de respeito e consideração pela população, pela região, e pelos autarcas locais abrangidos. Estamos cansados”, remata.
A empreitada chegou a ser lançada a concurso em 2009, ao fim de 27 projetos, e poria fim a uma espera de mais de 30 anos. A região continua à aguardar até aos dias de hoje.