A empreitada de conclusão da eletrificação do troço de 16 quilómetros da linha do Douro entre Caíde (Lousada) e Marco de Canaveses foi, na última sexta-feira, 27 de julho, consignada pela Infraestruturas de Portugal (IP) numa cerimónia que contou com a presença do Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, e do Vice-Presidente da IP, Carlos Fernandes. A cerimónia, que decorreu na estação ferroviária do Marco de Canaveses contou, também, com a presença de Paulo Pereira, presidente da Câmara Municipal de Baião, que tem enveredado esforços no sentido de ver a eletrificação não se ficar apenas pela cidade vizinha e poder, a breve prazo, passar pelas estações ferroviárias que servem o concelho de Baião, seguindo até à Régua.
Com um historial de avanços e recuos que a população não esquece, a garantia de que a obra vai mesmo arrancar até à Régua foi deixada por Pedro Marques. O governante disse que os projetos para o troço da Linha do Douro até ao Peso da Régua estão em fase de execução e que a abertura de concurso no início do próximo ano ou alguns meses depois vai depender da necessidade ou não de um estudo de impacto ambiental, matéria que está ainda em análise com a tutela do ambiente. A obra custará cerca de 80 milhões de euros.
Com a abertura do concurso em 2019, os trabalhos deverão arrancar no terreno no início de 2020, estando prevista a sua conclusão em 2022. O investimento a efetuar terá impactos positivos, diretos, junto dos utentes do comboio, permitindo a redução do tempo de ligação entre o Porto e a Régua, assim como uma maior comodidade dos seus utilizadores ao incorporar equipamento mais moderno. Os trabalhos a realizar terão especial atenção na componente turística e ambiental, com a introdução de soluções que mitigarão os impactos visuais, valorizando de forma substancial a componente do rio Douro, ativo importante no desenvolvimento económico da região.
Está igualmente prevista a renovação integral da via, incluindo as plataformas, a incorporação de estruturas de suporte para sinalização e telecomunicações, o rebaixamento de via-férrea e a substituição de quatro passagens superiores, assim como intervenções nas estações e apeadeiros.
Paulo Pereira saiu satisfeito deste encontro. Apesar do ceticismo, o autarca acredita que “desta vez não haverá margem para recuos”. “As populações querem ver para crer e nós também queremos. Este é um investimento estrutural e fundamental para a sustentabilidade económica e turística da região. Os estudos encomendados pela Infraestruturas de Portugal apontam para um crescimento de 104% do número de passageiros/utilizadores da linha do Douro até 2051. Estes números são absolutamente reveladores da importância turística desta região no país. Vou continuar a acompanhar o assunto com especial atenção e só descansarei quando vir os trabalhos a começar em Baião”.
A empreitada de conclusão da eletrificação da Linha do Douro, entre Caíde e Marco de Canaveses estará concluída em março de 2019, prometeu o ministro do Planeamento. Nos últimos três meses da obra, será feita uma supressão da circulação ferroviária, nos quase 16 km que constituem o referido troço. Esta solução, segundo avançou o Governo, permitirá a redução em cinco meses da duração da empreitada.
Este investimento irá assegurar uma alteração na oferta do serviço, nomeadamente com a extensão do serviço urbano até ao Marco de Canaveses, duplicando a frequência diária, a introdução do serviço intercidades duas vezes por dia, e um acréscimo da oferta inter-regional entre o Porto e o Pocinho.
O projeto de modernização da linha do Douro integra o plano nacional de investimentos Ferrovia 2020, que a IP está a desenvolver.
A eletrificação da linha do Douro, pelo menos até à Régua, é uma reivindicação antiga dos autarcas da região.